LEI MUNICIPAL Nº 4.562 DE 03 DE ABRIL DE 2024
Autoria: Poder Legislativo (Ver. Júlio César Santos da Silva – ‘Kifú’)
Dispõe sobre a denominação da Rua ‘‘A’’ do loteamento Residencial Cachoeira em Santa Bárbara d’Oeste. - “Melissa Tischenberg”.
RAFAEL PIOVEZAN, Prefeito do Município de Santa Bárbara d’Oeste, Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhes são conferidas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei Municipal:
Art. 1º - A Rua “A” dos loteamento Residencial Cachoeira, passa a ser denominada Rua “Melissa Tischenberg”.
Art. 2º - A Biografia da homenageada passa a fazer parte integrante dessa Lei.
Art. 3º - A Prefeitura Municipal no momento oportuno afixará a placa denominativa para a perfeita identificação da respectiva Rua.
Art. 4º - As despesas oriundas da execução dessa Lei correrão por conta de verba própria do orçamento vigente, suplementada se necessário.
Art. 5º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
BIOGRAFIA
Melissa Tischenberg viveu uma jornada repleta de desafios e momentos significativos, cuja história se desenrolou no emblemático cenário do Hospital Santa Bárbara, do início ao fim. Conhecida carinhosamente como Mel, ela nasceu prematura aos 7 meses, em 3 de maio de 1989 no hospital da cidade. Ela era tão pequena que nossa mãe costumava dizer que cabia em uma caixa de sapato, sem sobrancelhas ou unhas. Durante uma semana, Mel ficou na incubadora, recebendo cuidados médicos e medicações para se fortalecer. Mesmo após receber alta, ela ainda era tão frágil que seus banhos eram realizados em vasilhas da Tupperware. No entanto, ela mostrou sua coragem ao mamar em nossa mãe e crescer satisfatoriamente nos primeiros três anos de vida.
Aos 3 anos, em uma festa de Bodas de Casamento de seu tio-avô no Mato Grosso do Sul, Mel enfrentou uma séria desidratação que a colocou novamente em uma situação de risco. Nossos pais arriscaram tudo o que tinham para garantir sua recuperação no hospital, onde ela recebeu um tratamento excelente. Contudo, chegou ao ponto de ter uma parada cardíaca e a última opção era a injeção que estava nas mãos do médico. Nesse momento crítico, minha mãe e minha Oma (avó em alemão) se ajoelharam e oraram suplicando por mais uma chance de vida para Mel, seguindo o conselho do médico, que estava sem alternativas. Fomos abençoados, e ela reagiu! A partir desse momento, iniciou-se uma lenta recuperação. Ela voltou a se alimentar como um bebê na fase de introdução alimentar, mas rapidamente ganhou forças e se tornou uma menina moleca, adorando subir em árvores e se arranhando de bicicleta. Com a chegada da adolescência, as paqueras e a vaidade começaram a fazer parte de sua vida.
Mel era linda, com seus longos cabelos lisos ou cacheados. Ela era gentil, dócil e amável, uma confidente sem igual, sempre guardando os segredos compartilhados com ela. Ela sabia ouvir sem julgar, mas também aconselhava quando necessário. Na juventude, Mel estudou Cosmetologia e Estética, embora sua verdadeira paixão fosse a música e a dança. Onde quer que estivesse, ela sempre estava ouvindo música, seu cérebro nunca se cansava. Ela frequentava aulas de dança de salão, dança do ventre e outros estilos que amava, chegando até mesmo a ser assistente dos professores. Seus planos incluíam um dia dar aulas de dança.
Mel vivia seus dias intensamente, com um sorriso gigante que se tornou sua marca registrada. Todos que a conheceram mencionam isso. Sua risada era exagerada e deliciosa, fazendo todos ao seu redor rirem junto, mesmo que às vezes fosse repreendida por isso. Como tia, ela era a melhor que poderia existir. Sua sobrinha, que a perdeu aos 2 anos e meio, sabe muito bem disso e sente sua falta. Como filha, ela era presente, colaborativa, respeitosa e honrosa, deixando um profundo vazio em nossos corações. Como irmã, ela era a melhor que eu poderia ter, única e insubstituível. É impossível pensar nela sem sentir saudades e transbordar em lágrimas. Sempre digo que, se dói tanto, é porque houve muito amor e cumplicidade. Mel também era cunhada, amiga e filha. Meu esposo também sente profundamente sua falta.
Seus amigos verdadeiros sempre compartilham nossa dor por não tê-la mais conosco, mas todos lutamos para compreender que há um propósito divino para tudo nesta vida. Seus últimos dias nos foram tirados repentinamente.
Em um dia, ela teve cinco convulsões e, no dia seguinte, estava na UTI do hospital Santa Barbara. Dois dias depois, ela foi entubada e, no total de nove dias, teve morte cerebral devido a uma Trombose Cerebral Hemorrágica severa. Os médicos não conseguiram explicar a causa e a trombose nunca foi conhecida pela família. Em nove dias, Mel se foi. Era 6 de setembro de 2019, ela tinha 30 anos. Receber essa notícia, que tanto temíamos, foi devastador para nossos corações.
Hoje, seu corpo repousa no Cemitério da Paz em Santa Barbara d'Oeste, em um jazigo cedido por um amigo da família, com quem lutamos para tentar comprar e trocar. A Avenida da Saudade era um dos lugares preferidos de Melissa, onde ela se encantava e nunca se cansava de tirar fotos dos Ipês roxos. Hoje, todos os anos, entre maio e julho, um belo cacho de flores cai no local onde seu corpo foi colocado. Seu descanso está nas mãos de Deus Nosso Senhor!
Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". Apocalipse 21.4