LEI MUNICIPAL Nº 4403 DE 13 DE JUNHO DE 2023

 

Autoria: Poder Legislativo (Ver. José Luís Fornasari)

 

Denomina a Rua 08 do Residencial Vila Romi, como Rua Neuza Rossi Benedetti.

 

RAFAEL PIOVEZAN, Prefeito do Município de Santa Bárbara d’Oeste, Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhes são conferidas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei Municipal:

 

Art. 1º A Rua 08 do Residencial Vila Romi passa a ser denominada como “Rua Neuza Rossi Benedetti”.

 

Art.  2º A biografia da homenageada é parte integrante dessa Lei.

 

Art. 3º A prefeitura em momento oportuno afixará placa denominativa para a perfeita identificação da respectiva Rua.

 

Art. 4º As despesas oriundas da execução dessa Lei correrão por conta de verba própria do orçamento vigente, suplementada se necessário.

 

Art. 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

 

 

Santa Bárbara d´Oeste, 13 de julho de 2023.

 

 

 

RAFAEL PIOVEZAN 

Prefeito do Município

 

Este texto não substitui a publicação oficial

 

Autógrafo nº 083/2023

Projeto de Lei nº 19/2023

 

 

 

 

 

 

 

 

BIOGRAFIA

Neuza Rossi Benedetti

 

Nascida em 21 de abril de 1940, em Guaxupé, MG, filha de Theophilo Rossi (mais conhecido como Lino), oleiro e Joanna Castilho Rossi (Joanita), cresceu em um sítio em Muzambinho, junto de seus nove irmãos: José, Luiz Carlos, Mário (faleceu com meses de vida), Odorica, Santina, Márcio, Teofilo, Angela e Vera.

 

Todos os dias ia a pé do sítio até a cidade para estudar no primário do Grupo Escolar Frei Florentino. Era a segunda filha, ajudava sua mãe nos afazeres domésticos e aprendeu a costurar bem nova. As dificuldades e desafios eram muitos, mas a vontade de vencer e fazer jus aos esforços de seu pai era maior. Sempre gostou de estudar, e ao terminar a 8ª série, teve grande satisfação ao vê-lo fazer sua matrícula no Curso Científico. Formou-se no Magistério, Letras na Faculdade de Ciências e Letras de Guaxupé em 1968 e mais tarde em Pedagogia.

 

Começou a lecionar Geometria e Matemática no Colégio Estadual de Guaxupé se hospedando na pensão da dona Landa. Antes, trabalhou por pouco tempo no Rio de Janeiro.

 

Casou-se em 28 de janeiro de 1967, com Walter Carlos Benedetti, completando Bodas de Ouro, e da união vieram as filhas: Silvana, Sirlene e Silmara e uma gravidez que não evoluiu. Grávida da primeira filha, inscreveu-se em um concurso, mas não foi chamada e logo começou a lecionar no Seminário Diocesano, mas por ser transferido para outra cidade, decidiram mudar para Muzambinho, pois estava na segunda gravidez, e seu esposo nessa época foi trabalhar em São Paulo. Mais tarde, moraram em Poços de Caldas por 8 meses.

 

Persistência e dinamismo não faltavam e almejando qualidade de vida, decidiram mudar para Campinas, SP, no bairro Taquaral e depois na região central, onde tiveram mais uma filha e lecionou por vários anos nas Escolas Orlando Carpino, 31 de Março, Benedito Sampaio entre outras.

 

Enquanto trabalhavam, as filhas iam para os Colégios Sagrado Coração de Jesus e Carlos Gomes, aulas de violão ou ficavam enquanto pequenas, com ajudante. Em meio a tantos desafios, não mediam esforços para terem momentos de lazer com elas, como passeios na Lagoa do Taquaral, clube do centro professorado paulista, festas nas escolas onde lecionava, passeio ciclístico, bosque dos Jequitibás, viagens a Serra Negra e Santos, casa dos avós e familiares, casa das professoras Neuza e Rosa, onde as meninas brincavam enquanto faziam muitos trabalhos de artesanato juntas.

 

Sua busca em aprender e ensinar era contínua e muito dedicada em tudo o que fazia, ingressou no Curso de Pedagogia da Puc de Campinas.

 

Em 1980, em uma atribuição de aulas, pediu remoção para Santa Bárbara d'Oeste, conseguindo vaga e se efetivando na Escola Estadual Maria Leopoldina Lopes Fagundes – Magui, mudaram-se então, pela terceira vez, onde viveu por quase 40 anos nessa cidade que foram bem acolhidos e fizeram amizades. Com grande esforço e dedicação conquistaram um terreno para construir a sonhada casa no Jardim Laudissi. Moraram próximo a escola onde as filhas estudavam, a Escola Estadual Professor Inocêncio Maia, onde também lecionou. No início, viajava de ônibus todos os dias para lecionar Educação Artística e Geometria.

 

Seu lema além das aulas em sala, era aulas em campo, na natureza, como uma forma de aguçar os sentidos, emoções e criatividade dos alunos em ambientes diversos. Gostava de expor os trabalhos deles e com habilidade, didática, ajuda prática das equipes e apoio da direção, incentivava os alunos a aplicarem o que aprendiam em aula, nas decorações das festas e comemorações escolares, como dia das mães, festa junina, dos pais, da primavera, encerramento do ano, sempre estimulando a criatividade de cada aluno nas artes visuais (desenhos, pinturas, esculturas, reciclagens), expressão corporal (dança, desfiles, teatro), música (canto, bandinha), e estreitando os laços das famílias com a escola.

 

Aposentou-se no início da década de 90 e sentiu muita falta do dia-a-dia no colégio. Participava de eventos do Clube das Avencas, um grupo de professoras aposentadas, e sempre buscava atualizações em cursos e palestras, voltando a lecionar em escola particular e em casa durante mais um tempo.

 

Prosseguiu sua jornada, como educadora, passando a se dedicar inteiramente a ações de caridade e assistência, catequizando crianças e jovens em um barracão improvisado de materiais de construção no Jd. Itamaraty.

 

Iniciou o voluntariado na Pastoral da Criança da Igreja Bom Jesus, nesse mesmo local, Jd. Itamaraty, depois na Capela Espírito Santo, e Parque Araçariguama, onde colaborou por 25 anos. Sentia-se realizada e tinha sempre o apoio e ajuda de seu esposo. Nesse grupo de voluntariado, além do acolhimento, cuidado e amor com as crianças, as atividades como líder eram pesagem, acompanhamento a mulheres grávidas, aconselhamento a criança e a mãe, visita às famílias, preenchimento de ficha de crescimento, e no dia dos encontros, as crianças participavam com trabalhos artísticos, brincadeira, canto, contação de história, encenação de Natal e comemorações, almoço, oração entre outras atividades. Nesse período vieram os cinco amados netos, Aline, Leonardo, Bruno, Felipe e Lívia. Em 2021, trazendo alegria a família, veio a bisneta Flora.

 

No meio desse percurso, em 2008 iniciou tratamento de câncer de mama, sempre com fé, aceitou com resignação dias difíceis, e prosseguiu com afinco, sempre com amor a Deus, cuidados com a família e ajuda aos mais necessitados.

 

Veio a falecer em 16 de junho de 2019 em Santa Bárbara d’Oeste, com 79 anos.

 

Essa é uma breve biografia de sua história de vida. Sabedoria, simplicidade e busca constante aos valores espirituais eram suas marcas e estão eternizados em todos os que conviveram com ela.