LEI MUNICIPAL Nº 4.193 DE 22 DE DEZEMBRO DE 2020

 

Autoria: Poder Legislativo (Ver. Celso Ávila)

 

Denomina Avenida do loteamento ‘Parque Industrial Francisco de Cillo’, conforme detalha.

 

 

DENIS EDUARDO ANDIA, Prefeito do Município de Santa Bárbara d’Oeste, Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhes são conferidas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei Municipal:

 

Art. 1º A Avenida do loteamento denominado, “Parque Industrial Francisco de Cillo” passam a denominar-se:

 

VI – Avenida 02 – Rosa Narchin Maluf

 

                      Art. 2º A Prefeitura Municipal afixará placas denominativas, para perfeita identificação dos logradouros, no momento oportuno.

 

 

                       Parágrafo único. Os currículos dos homenageados fazem parte integrante desta lei, com exceção dos homenageados cujas denominações são decorrentes de prolongamento de vias de outros loteamentos.

 

                        Art. 3º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de verba própria do orçamento vigente, suplementada se necessário.

 

                       Art. 4º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

 

 

Santa Bárbara d´Oeste, 22 de dezembro de 2020.

 

 

 

DENIS EDUARDO ANDIA 

Prefeito do Município

 

Este texto não substitui a publicação oficial

 

Autógrafo nº 058/2020

Projeto de Lei nº 47/2020

 

 

 

 

 

 


BIOGRAFIA

 

Rosa Narchi Maluf ou Rosa Maluf como costumava ser chamada, era uma mulher empreendedora, visionária, muito à frente de seu tempo.  Responsável pela cena cultural e de diversão de nossa região, foi proprietária do Cine Santa Rosa, inaugurado em 1939 como “Cine Theatro Santa Rosa”,  uma joia da arquitetura do Estado de São Paulo, em estilo Art Décor, era o que havia demais moderno em todo o mundo, para uma cidade ainda em processo de

crescimento urbano, não havia pavimentação nas ruas, a empresa foi pensada para um público com capacidade de mais de 800 espectadores sendo o número de habitantes de 10 mil.

 

Rosa é nascida no Brasil em 1906, filha de um casal de origem Síria, Jamille e Athiê Jorge Narchin, família que migrou inicialmente para São Paulo e em sequência vieram para a vizinha Piracicaba.

 

Casada com o industrial Alfredo Maluf também de origem árabe, escolheram Santa Bárbara d´Oeste nos anos trinta para fundar seus negócios.

 

Rico comerciante/industrial e fundador da primeira manufatura de algodão da cidade, fizeram fortuna e muito engrandeceram para o favorecimento da economia da região, proprietário de grandes extensões de terras, senhor Alfredo não media esforços para realizar os desejos de sua esposa Rosa.

 

Este foi um dos fatores que ele se embrenhou nos negócios dos cinematógrafos e cinemas (muito em voga na década de 30) e fundou para ela, uma apaixonada por Hollywood, o maior cine teatro da cidade. Havia outros cinemas em Santa Bárbara à época, mas nada se comparava a grandiosidade e a modernização do majestoso prédio instalado na rua XV de novembro.

 

Rosa teve 5 filhos, Luís Maluf (advogado que embrenhou-se na carreira política e muito atuante na cidade), Yolanda, (a mais velha das mulheres), Sara Maluf (popularmente conhecida como Sarita, muito conhecida na sociedade por sua excentricidade) Lila (casou-se e transferiu-se para a cidade de Campinas) e a caçula Janete (após casar-se também mudou-se para Mogi das Cruzes).

 

D. Rosa era uma “figura” muito presente na sociedade barbarense, atuante junto a outras mulheres conhecidas como “Damas de Caridade” foi responsável entre outros feitos por financiar a construção do Asilo São Vicente de Paula e principalmente da Maternidade na Santa Casa de Santa Bárbara, entre muitas outras atuações de caridade e benfeitorias, muitas realizadas de forma discreta pois ela não gostava que seus atos altruístas fossem expostos, motivos que justifica o número impressionante de crianças que lhe foram atribuídas como madrinha em sacramento na igreja católica.

 

Ela possuía um humor muito peculiar, quem a cruzasse sempre havia história interessantes que faziam parte de um repertório entre memórias de viagens e acontecimentos inóspitos e inacreditáveis, pois sempre estava rodeada de artistas e afins, após as apresentações teatrais ou musicais em seu cine teatro, D. Rosa oferecia banquetes memoráveis em sua residência, por se tratar de um anexo do prédio, o que rendia conversas e especulações para saber como foram estes verdadeiro sarais, quase sempre regados a muitas iguarias da gastronomia Árabe. Algumas destas memórias e histórias dela são até hoje lembradas pelos mais velhos, com uma certa nostalgia pitoresca.

 

D. Rosa Maluf sempre residiu em Santa Bárbara d´Oeste sua primeira residência era na esquina da Rua XV de Novembro com Rua General Osório, com a construção do prédio do cinema, uma confortável residência anexa ao prédio foi instalada, porém para os negócios da família, era muito importante que os industriais possuíssem residência na capital, para tanto a família construiu um lindo palacete na Alameda Campinas em São Paulo, local que D. Rosa recebia políticos e pessoas de grande influência no cenário estadual e nacional. Após o falecimento de senhor Alfredo ao final da década de 50, esta residência foi vendida e adquiriram um apartamento na Avenida São João, propriedade esta que manteve até sua morte.

 

D. Rosa teve uma vida muito intensa e sua memória faz-se necessária para que as próximas gerações possam saber quem foi esta mulher que não media esforços para que nossa região se igualasse a outras nos quesitos cultura e arte. Seus empreendimentos espalharam-se a outras cidades vizinhas como Americana, Limeira e também na Usina Santa Bárbara locais que tinham cinemas sob sua administração.

 

O Cine Santa Rosa funcionou como uma referência de entretenimento até o final da década de 1980, a década seguinte foi a decadência dos “cinemas de rua” o que afetou também este empreendimento, o que coincide com o envelhecimento de D. Rosa e com problemas de saúde que foram se acentuando e no ano de 1991 culminou em sua morte aos 85 anos de vida.