LEI MUNICIPAL Nº 4.114 DE 03 DE OUTUBRO DE 2019
Autoria: Ver. Paulo Monaro
Dispõe sobre a denominação da área de esportes e lazer localizada entre as ruas São Sebastião da Grama, Santo Antônio do Jardim e a Avenida Serra Negra, no loteamento Jardim Barão.
DENIS EDUARDO ANDIA, Prefeito do Município de Santa Bárbara d’Oeste, Estado de São Paulo, no uso das atribuições que lhes são conferidas por Lei, faz saber que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte Lei Municipal:
Art. 1º A área de lazer e esportes localizada entre as ruas São Sebastião da Grama, Santo Antônio do Jardim e a Avenida Serra Negra, no loteamento Jardim Barão, passa a ser denominada de “Área de Esportes e Lazer Cícero Barbosa da Silva”.
Art. 2º A biografia do homenageado passa a fazer parte integrante dessa lei.
Art. 3º A prefeitura, no momento oportuno, afixará a placa denominativa para a perfeita identificação da respectiva área de esportes e lazer.
Art. 4º As despesas oriundas da execução dessa lei correrão por conta de verba própria do orçamento vigente, suplementada se necessário.
Art. 5º Esta lei entrará em vigor na data da sua publicação.
Este texto não substitui a publicação oficial
BIOGRAFIA
Cícero Barbosa da Silva
Cícero Barbosa da Silva – Barbosa -, como é conhecido pelos amigos – é natural de Santo Benedito do Sul, estado de Pernambuco, tendo nascido em 20 de junho de 1950, portanto, um geminiano da gema, com 69 anos de idade experientes e bem vividos.
A sua esposa é a barbarense Maria Aparecida Fernandes da Silva. Conhecera-a em 1980. É com ela casado desde 03.11.89, tendo com ela uma filha, unicamente. Ainda solteira. O seu nome: Ana Lúcia Barbosa da Silva.
Filho do alagoano João Zacarias da Silva, natural de São José da Laje e da pernambucana Maria Barbosa da Silva, natural de São Bento do Una, seus avós paternos se chamavam Manoel Zacarias da Silva e Maria Zacarias da Silva. Seus avós maternos se chamavam Jamelino Barbosa da Silva e Maria Francisca da Silva. Segundo Barbosa, suas avós materna e paterna eram legítimas filhas de italianos.
Barbosa está entre os barbarenses desde 15 de junho de 1973, tendo chegado a Santa Bárbara d’Oeste com apenas 23 anos de idade. Seus pais ficaram em São Benedito do Sul.
Tradicionalmente, todas as pessoas que para cá aportavam iam trabalhar na lavoura canavieira, à época, bem próspera, com as usinas Santa Bárbara, a de Cillo, a Azanha e a Furlan, praticamente rivalizando com a sede do município, vez que as usina mantinham nas suas cercanias, onde os trabalhadores que nela trabalhavam se instalavam, residindo com os seus familiares nas colônias construídas especialmente para eles. Cada usina era uma minicidade, oferecendo aos seus trabalhadores tudo de que eles necessitavam: armazéns com os gêneros de primeira necessidade, mas que também comercializavam sapatos, tecidos e outros artigos tão essenciais ao dia a dia, farmácias com a remediação mais urgente, enfim, só vinham à sede do município por causa da prefeitura, do banco, da previdência social, aquilo do qual não dispunham nas colônias.
Barbosa, contudo, contrariamente, não tinha vindo a Santa Bárbara d’Oeste para trabalhar na lavoura. Ele trabalhara na Cia. Fiação e Tecelagem Santa Bárbara, localizada na rua Joaquim de Oliveira, 246, por quase quatro anos, entre 1973 e 1976. Depois, entre 1976 e 1978, na Ricardo Fracassi & Cia., localizada na rua Santa Bárbara, 308. Em seguida, na Tecelagem Irmãos Bettini Ltda., localizada na avenida de Cillo, 179 por três anos, entre1978 e 1981. Após, trabalhara na Têxtil Santa Marta Ltda., localizada no Distrito Industrial – tendo sido adquirida, posteriormente, pela Tecelagem Wiezel Ltda. - por quase quatro anos, entre 1981 e 1985.
E, por último, na própria Tecelagem Wiezel Ltda., localizada na rua Riachuelo, 460, por sete anos e meio, entre 1985 e 1992.
Ficara afastado do trabalho por 14 anos, com o diagnóstico de acidente do trabalho, por carregar sozinho durante o tempo que trabalhara na Tecelagem Wiezel Ltda. os cones de tecidos que pesavam mais de 60 kg até a “sala de pano” – com o era conhecido o local onde era realizada a revisão dos tecidos fabricados - para o consequente certificado de qualidade.
Tendo trabalhado durante todo o tempo em Santa Bárbara d’Oeste em tecelagens, tivera a sua audição reduzida em 60%, contribuindo tais enfermidades com a sua aposentadoria aos 65 anos de idade.
Em janeiro de 1994, não tendo ainda possibilidades de saúde de retorno ao trabalho, o INSS lhe propusera financiar um curso profissionalizante para, assim, manter uma atividade que lhe permitisse um ganho além daquele proporcionado pelo instituto previdenciário, menor, claro, que o salário que seria pago pela empresa à qual estava vinculado, se estivesse trabalhando.
Ele optara por um curso de cabeleireiro. Desde janeiro de 1994 mantém um salão de cabeleireiro, conhecido apenas como “Salão do Barbosa Cabeleireiro”. “Só cabelo masculino!”, na fala de Barbosa. “Nada contra o das mulheres!”, relativiza ele, afirmando ser mais fácil o corte de cabelo deles.
Tendo residido, primeiramente, no bairro Santo Antônio do Sapezeiro, por uns seis meses, mudara-se, então, para a Pensão da dona Benvinda, localizada na rua 13 de Maio, próxima ao atual Supermercado Pague Menos e, depois, no famoso cortiço do Joaquim Heleno, na mesma rua 13 de Maio, defronte onde hoje é o Supermercado Dia, tendo se mudado, posteriormente, para a rua João Frederico Rehder, na vila Linópolis, aí residindo por 3 anos. Por último, residindo ainda na vila Linópolis, residira na rua Peregrino de Oliveira Lino, próximo ao então Supermercado Irmãos Patrício Ltda. e à Igreja Presbiteriana do Brasil, numa residência de propriedade do Clube União Aparecida.
Valendo-se de uma oportunidade rara, ficara sabendo em sete de setembro de 1977 que um loteamento seria lançado nas terras da família Keese Dodson, denominado Jardim Barão, continuação dos jardins das Laranjeiras, das Orquídeas e do Planalto do Sol. O nome “Barão” era uma homenagem aos Keese Dodsons, antigos proprietários daquelas terras, as quais eram a extensão da fazenda com o nome de Fazenda Barão que eles tinham nas proximidades da Cachoeira dos Patos.
O Jardim Barão era um pequeno conglomerado de lotes de terreno. Barbosa, no seu lançamento, aproveitando as condições favoráveis de negociação, adquirira um lote, pagando por ele, pasme-se, 190 mil cruzeiros, divididos em 60 parcelas de Cr$1.350,00, 40 de CR$3.500,00 e 80 de CR$ 4.500,00, totalizando 180 parcelas.
Tempos difíceis aqueles, nos quais a inflação consumia a totalidade do salário. Num esforço meio que sobre-humano Barbosa conseguira quitar a aquisição do seu lote em 24 meses.
Barbosa era o seu primeiro morador, tendo se tornado o representante da Imobiliária Passarinho Ltda., de Americana por seus proprietários, Luiz Bazzanelli e Rafael Basso, para a indicação aos demais adquirentes de terreno da sua correta localização, ao mesmo tempo em que construía, no lote por ele adquirido, dois cômodos, apenas rebocados e cobertos apenas com telhas Brasilit. Tudo para fugir do aluguel e conseguir dar uma sobrevivência mais digna à sua futura família, a qual se iniciaria com o seu já próximo casamento.
Residindo defronte a uma área institucional, desde o princípio se dedicara a cuidar dela, capinando-a, deixando-a limpa, augurando o que futuramente poderia acontecer nela. Hoje, quando se depara com ela, nem de longe poderia imaginar que aquele local pudesse se transformar numa agradável Área de Prática de Esportes e Lazer.
Com as primeiras construções se iniciando, as pessoas se ressentiam da falta de uma igreja onde pudessem se reunir e dar graças a Deus pelo grande privilégio de estar vivos e, depois, de ter podido adquirir um pequeno espaço para construir a sua moradia e se livrar do odioso aluguel, que, se favorecia – e como ainda favorece - aos ricos proprietários, os empobrecia cada vez mais...
Barbosa cedera a sua casa para abrigar a primeira manifestação religiosa no Jardim Barão, com a construção da primeira e pequena ainda, mas vigorosa comunidade de Santo Expedito.
Depois, com a cessão por parte do comerciante José Balancin de um terreno em sua imensa propriedade, nele fora edificado um templo de madeira, simples, humilde, de modesta proporção, com a mão de obra voluntária dos fiéis.
Pequeno, sim! Mas como afirmara Jesus: “onde dois ou mais estiverem, lá estarei”. Por certo que no templo da Comunidade de Santo Expedito também.